Valor serviria como resgate por carro roubado da mulher do oficial superior da PM do Rio
A Polícia Militar do Rio afastou ontem o coronel Carlos Henrique Alves de Lima, acusado de negociar com criminosos, no sábado, o resgate do carro particular de sua mulher. Ele mandou um subordinado entregar R$ 2 mil pelo veículo roubado a criminosos no Morro da Pedreira, no subúrbio. O cabo Guttemberg Conceição, de 32 anos, foi fuzilado com pelo menos 15 tiros. Ele trabalhava como motorista do coronel havia três anos. O carro não foi recuperado.
"Vamos oficiar o secretário de Segurança Pública e o Ministério Público. Isso é fruto de um regimento disciplinar autoritário, que dá autoridade aos oficiais para ordenar coisas absurdas. O coronel foi negligente e irresponsável ao jogar com a vida de um subordinado. Já pensou se todos os comandantes começam a fazer isso?", questionou o presidente da Associação de Praças da PM do Rio, Wanderlei Martins.
O caso começou na tarde de sábado, quando a mulher do coronel teve o carro roubado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela deixou um celular no veículo. O coronel ligou para o aparelho e negociou com os assaltantes a devolução do carro por R$ 2 mil. Os criminosos disseram que eram do Morro da Pedreira. O oficial foi ao local com o cabo e ordenou que o subordinado entregasse a quantia. No entanto, ao entrar na favela, ele foi fuzilado. A PM investiga a participação de um sargento no episódio. O cabo Conceição foi enterrado no domingo no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). Abalados, os parentes não deram declarações. O coronel e a mulher estiveram na cerimônia.
A PM não informou o modelo do veículo roubado. Oficiais disseram ser um Honda Civic. "Afinal, qual era o carro que provocou essa reação do coronel? Vamos cobrar isso da polícia. É inaceitável a negociação de policiais com criminosos", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Freixo.
O ex-comandante ficará à disposição do Departamento-Geral Pessoal da PM. Ele prestou depoimento ontem na corregedoria. A sindicância corre em sigilo. Mas em entrevista a uma emissora de TV, o coronel alegou que não considerava o Morro da Pedreira área de risco e atribuiu a negociação com os criminosos a uma sobrinha. Local de inúmeros confrontos entre a PM e traficantes e ponto disputado por facções criminosas, o morro já foi palco de vários tiroteios. Em janeiro de 2008, seis traficantes morreram em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope). No final de 2008, três homens morreram em operação da Polícia Civil.
O coronel Lima comandava o 5º Batalhão de Polícia Militar da Praça da Harmonia e se preparava para assumir o comando do Batalhão de Polícia Rodoviária. A nomeação foi suspensa. O oficial já comandou vários batalhões. Em 1994, o nome dele apareceu na lista de propinas apreendida na casa do falecido banqueiro de bicho Castor de Andrade, mas o caso foi arquivado por falta de provas. No ano passado, ele foi promovido a coronel.
A incursão de policiais militares, civis e até bombeiros em favelas do Rio para recuperar carros roubados é comum, de acordo com fontes da polícia. O alto risco seria bem recompensado por empresas de monitoramento de veículos via satélite em troca da recuperação do automóvel. Em muitos dos casos, os agentes evitam o confronto e acabam negociando com os criminosos a devolução do carro.
A Polícia Militar do Rio afastou ontem o coronel Carlos Henrique Alves de Lima, acusado de negociar com criminosos, no sábado, o resgate do carro particular de sua mulher. Ele mandou um subordinado entregar R$ 2 mil pelo veículo roubado a criminosos no Morro da Pedreira, no subúrbio. O cabo Guttemberg Conceição, de 32 anos, foi fuzilado com pelo menos 15 tiros. Ele trabalhava como motorista do coronel havia três anos. O carro não foi recuperado.
"Vamos oficiar o secretário de Segurança Pública e o Ministério Público. Isso é fruto de um regimento disciplinar autoritário, que dá autoridade aos oficiais para ordenar coisas absurdas. O coronel foi negligente e irresponsável ao jogar com a vida de um subordinado. Já pensou se todos os comandantes começam a fazer isso?", questionou o presidente da Associação de Praças da PM do Rio, Wanderlei Martins.
O caso começou na tarde de sábado, quando a mulher do coronel teve o carro roubado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela deixou um celular no veículo. O coronel ligou para o aparelho e negociou com os assaltantes a devolução do carro por R$ 2 mil. Os criminosos disseram que eram do Morro da Pedreira. O oficial foi ao local com o cabo e ordenou que o subordinado entregasse a quantia. No entanto, ao entrar na favela, ele foi fuzilado. A PM investiga a participação de um sargento no episódio. O cabo Conceição foi enterrado no domingo no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). Abalados, os parentes não deram declarações. O coronel e a mulher estiveram na cerimônia.
A PM não informou o modelo do veículo roubado. Oficiais disseram ser um Honda Civic. "Afinal, qual era o carro que provocou essa reação do coronel? Vamos cobrar isso da polícia. É inaceitável a negociação de policiais com criminosos", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Freixo.
O ex-comandante ficará à disposição do Departamento-Geral Pessoal da PM. Ele prestou depoimento ontem na corregedoria. A sindicância corre em sigilo. Mas em entrevista a uma emissora de TV, o coronel alegou que não considerava o Morro da Pedreira área de risco e atribuiu a negociação com os criminosos a uma sobrinha. Local de inúmeros confrontos entre a PM e traficantes e ponto disputado por facções criminosas, o morro já foi palco de vários tiroteios. Em janeiro de 2008, seis traficantes morreram em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope). No final de 2008, três homens morreram em operação da Polícia Civil.
O coronel Lima comandava o 5º Batalhão de Polícia Militar da Praça da Harmonia e se preparava para assumir o comando do Batalhão de Polícia Rodoviária. A nomeação foi suspensa. O oficial já comandou vários batalhões. Em 1994, o nome dele apareceu na lista de propinas apreendida na casa do falecido banqueiro de bicho Castor de Andrade, mas o caso foi arquivado por falta de provas. No ano passado, ele foi promovido a coronel.
A incursão de policiais militares, civis e até bombeiros em favelas do Rio para recuperar carros roubados é comum, de acordo com fontes da polícia. O alto risco seria bem recompensado por empresas de monitoramento de veículos via satélite em troca da recuperação do automóvel. Em muitos dos casos, os agentes evitam o confronto e acabam negociando com os criminosos a devolução do carro.
Fonte: Estadão
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