Claudio Maia dos Santos foi preso em São Paulo na Operação Barret, uma referência à metralhadora antiaérea utilizada pelo grupo nas ações. O bando ao qual ele pertenceria é apontado pela polícia e pelo MP como responsável por pelo menos 30 roubos em cidades do interior do País, principalmente em Estados do Nordeste, Minas Gerais e São Paulo. A maioria das ações aconteceu entre o final da década de 90 e 2005.
"A gente detectou a participação direta dele em algumas ações a carros fortes na década de 90 e agora depois de 2000", disse o delegado Wanderson Gomes da Silva, da Superintendência Geral da Polícia Civil. Segundo Silva, recentemente o suspeito participava mais de operações de transporte de armas para as quadrilhas. "Inclusive está bem evidenciado (nas investigações) que foi ele quem transportou uma arma calibre .50 para ser utilizada num assalto a carro forte no ano passado na região de Varginha (sul de Minas)", disse o delegado Wanderson Gomes da Silva, da Superintendência Geral da Polícia Civil. Nesta ação, os criminosos roubaram R$ 1,25 milhão.
"Ele trouxe esta arma habilidosamente escondida em um veículo, uma caminhonete. Há também informações de que ele seja, no momento, o responsável pelo ingresso dessas armas no nosso País e repasse a quadrilhas que tem atuação em todos os Estados", afirmou Gomes, que ainda vai apurar a verdadeira identidade do suspeito, já que a polícia acredita que o nome utilizado por ele atualmente seja falso.
O procurador de Justiça André Ubaldino afirmou que os roubos cometidos pela quadrilha ficaram conhecidos como Novo Cangaço, devido à violência utilizada pelos integrantes, que cercavam os alvos e os alvejavam com metralhadoras e fuzis antiaéreos.
"Os assaltos a carros fortes iam se multiplicando nos anos mais recentes e, quando houve um ataque bastante covarde e cruel ao Estado de Minas Gerais, nós então resolvemos aglutinar nossos esforços nesse sentido e conseguimos a redução expressiva, segundo os dados estatísticos têm revelado, dessas praticas, não só nosso Estado, mas também no País," afirmou.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, um dos últimos assaltos do bando desmantelado aconteceu no dia 9 de fevereiro, em Nova Mutum (MT). Logo depois, um dos líderes da quadrilha foi preso durante a Operação Vandec III, nome dado em homenagem a um dos policiais mortos em um roubo ao banco do Brasil de São Gotardo (MG). Na época, a polícia apreendeu uma metralhadora antiaérea e antitanque marca Browing .50 com 170 cartuchos .50.
De acordo com o delegado, o suspeito João Ferreira Lima, o João de Goiânia, confessou ter trazido a arma do Paraguai. "Ele disse que pagou R$ 280 mil pela metralhadora, que é usada pelas forças armadas de todo o mundo, tem capacidade de alcance de até 7 km e pode derrubar até um avião caça, bastando o atirador ter boa pontaria", disse.
"Comprar arma no Paraguai é igual comprar mandioca no Brasil", disse João de Goiânia, ao explicar como comprou a metralhadora. Ele e Gilmar Vilarindo de Moura, o Alemão, eram os dois suspeitos mais procurados do País, segundo o delegado. Nos assaltos, de acordo com a polícia, o grupo utilizava, além da metralhadora .50, fuzis AK 47, AR-15 e explosivos.
A quadrilha também confessou roubos a carros fortes nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Ipatinga, Itaúna, Sacramento, Vila Velha (ES) e Maringá (PR). Também foram confirmados os roubos a bancos nas cidades de Frutal, Ibiá, Belo Horizonte e Criciúma (SC). Quando foi preso, o grupo se dirigia à Venezuela, onde planejava roubar um carregamento de ouro que pesava 1 t.
Fonte: Terra Notícias