Eleição quebra duas tradições: antecessores eram homens e apadrinhados pela Secretaria de Segurança.
Primeira mulher a chefiar a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) em 60 anos de história, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro toma posse hoje evocando o mesmo slogan repetido durante a greve da categoria, em 2008: "Queremos resgatar nossa dignidade". Não é por acaso. Aos 54 anos, casada e mãe de três filhos, a delegada de Bauru despontou como liderança em meio a uma das mais conturbadas paralisações da Polícia Civil paulista. A eleição dela contraria a tradição da Adpesp, de escolher para a presidência candidatos apadrinhados pelo delegado-geral ou pelo secretário da Segurança Pública. Ao contrário de seus antecessores, Marilda é 3ª classe, a mais baixa na hierarquia da polícia.
A eleição da sra. é resultado da liderança que exerceu durante a greve da categoria?
Não acho que eu seja merecedora desse rótulo, de líder da greve. O pouco que conseguimos foi resultado da nossa união. Talvez eu tenha me destacado por ter organizado o movimento no interior, só isso. Seria injusto assumir o resultado para mim.
Quais as propostas para o biênio?
São 16 itens. Queremos coisas básicas, como profissionalizar o papel da associação, sem qualquer crítica aos meus antecessores. Queremos negociar com a Secretaria da Segurança Pública. Se as portas não se abrirem, não descarto novo movimento (grevista). Queremos resgatar nossa dignidade.
A imagem da Polícia Civil esteve associada a escândalos de corrupção. Como mudar isso?
Esses casos são esporádicos. Não vou entrar no mérito de nenhum deles. Mas posso garantir que nossa instituição não é formada por corruptos. O que não é bom acaba sempre aparecendo mais. Precisamos mostrar o lado positivo, os trabalhos de inteligência, a ética, o respeito. Não é mudar a imagem, mas mostrar o que a polícia tem de bom.
A instituição viveu fase de inépcia e letargia, como chegou a apontar o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto?
É difícil fazer essa avaliação. Se a polícia esteve letárgica ou inepta é preciso ver a raiz do problema.
Concorda com a subordinação da corregedoria ao secretário?
Se a corregedoria é da polícia, ela deve estar subordinada à polícia, no caso, ao nosso delegado-geral. Mas essa mudança é muito recente, não tenho elementos ou dados para dizer se melhorou. Como sou uma delegada do interior, tive até agora pouco contato com o secretário e posso dizer que ainda não consegui captar o motivo pelo qual a subordinação da corregedoria foi transferida para seu gabinete. Não posso ser leviana e nem irresponsável de dizer que é medida é ruim. Não somos radicais, mas queremos rever muitas coisas.
O que, por exemplo?
O salário. Está abaixo do que precisamos e do que merecemos.
Não será mais difícil discutir salário em ano eleitoral?
Espero que não. As coisas podem ser resolvidas ou pelo menos encaminhadas se houver vontade política. Queremos diálogo e respeito. As mudanças são importantes não só para nós, como categoria, mas para toda a sociedade.
Não há uma diferença muito grande entre o perfil do policial do interior e da capital?
Fomos eleitos para representar os delegados do Estado de São Paulo. Para quem representa a classe, essa diferença deixa de existir. Vamos ver quais são as necessidades do policial da capital e do interior.
A categoria está desunida?
Não, de forma alguma. Essa última eleição mostrou maturidade política grande. Nossa administração terá componentes das três chapas, o que mostra que estamos todos do mesmo lado.
Primeira mulher a chefiar a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) em 60 anos de história, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro toma posse hoje evocando o mesmo slogan repetido durante a greve da categoria, em 2008: "Queremos resgatar nossa dignidade". Não é por acaso. Aos 54 anos, casada e mãe de três filhos, a delegada de Bauru despontou como liderança em meio a uma das mais conturbadas paralisações da Polícia Civil paulista. A eleição dela contraria a tradição da Adpesp, de escolher para a presidência candidatos apadrinhados pelo delegado-geral ou pelo secretário da Segurança Pública. Ao contrário de seus antecessores, Marilda é 3ª classe, a mais baixa na hierarquia da polícia.
A eleição da sra. é resultado da liderança que exerceu durante a greve da categoria?
Não acho que eu seja merecedora desse rótulo, de líder da greve. O pouco que conseguimos foi resultado da nossa união. Talvez eu tenha me destacado por ter organizado o movimento no interior, só isso. Seria injusto assumir o resultado para mim.
Quais as propostas para o biênio?
São 16 itens. Queremos coisas básicas, como profissionalizar o papel da associação, sem qualquer crítica aos meus antecessores. Queremos negociar com a Secretaria da Segurança Pública. Se as portas não se abrirem, não descarto novo movimento (grevista). Queremos resgatar nossa dignidade.
A imagem da Polícia Civil esteve associada a escândalos de corrupção. Como mudar isso?
Esses casos são esporádicos. Não vou entrar no mérito de nenhum deles. Mas posso garantir que nossa instituição não é formada por corruptos. O que não é bom acaba sempre aparecendo mais. Precisamos mostrar o lado positivo, os trabalhos de inteligência, a ética, o respeito. Não é mudar a imagem, mas mostrar o que a polícia tem de bom.
A instituição viveu fase de inépcia e letargia, como chegou a apontar o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto?
É difícil fazer essa avaliação. Se a polícia esteve letárgica ou inepta é preciso ver a raiz do problema.
Concorda com a subordinação da corregedoria ao secretário?
Se a corregedoria é da polícia, ela deve estar subordinada à polícia, no caso, ao nosso delegado-geral. Mas essa mudança é muito recente, não tenho elementos ou dados para dizer se melhorou. Como sou uma delegada do interior, tive até agora pouco contato com o secretário e posso dizer que ainda não consegui captar o motivo pelo qual a subordinação da corregedoria foi transferida para seu gabinete. Não posso ser leviana e nem irresponsável de dizer que é medida é ruim. Não somos radicais, mas queremos rever muitas coisas.
O que, por exemplo?
O salário. Está abaixo do que precisamos e do que merecemos.
Não será mais difícil discutir salário em ano eleitoral?
Espero que não. As coisas podem ser resolvidas ou pelo menos encaminhadas se houver vontade política. Queremos diálogo e respeito. As mudanças são importantes não só para nós, como categoria, mas para toda a sociedade.
Não há uma diferença muito grande entre o perfil do policial do interior e da capital?
Fomos eleitos para representar os delegados do Estado de São Paulo. Para quem representa a classe, essa diferença deixa de existir. Vamos ver quais são as necessidades do policial da capital e do interior.
A categoria está desunida?
Não, de forma alguma. Essa última eleição mostrou maturidade política grande. Nossa administração terá componentes das três chapas, o que mostra que estamos todos do mesmo lado.
Fonte: Estadão
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