Diretor do IC de SP é suspeito de fraude em concurso de 2005.Candidatos reprovados teriam entrado em lista de aprovados.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo instaurou nesta terça-feira (1) um inquérito para investigar as denúncias de que o diretor do Instituto de Criminalística (IC), Osvaldo Negrini Neto, vendeu gabaritos e incluiu irregularmente reprovados na lista de aprovados do concurso para peritos, realizado em 2005. Neto nega as denúncias.
As denúncias foram feitas por seis integrantes da banca do concurso, segundo reportagem publicada nesta terça pelo jornal "Folha de S.Paulo". O diretor do IC teria vendido o gabarito para candidatos. A banca teria modificado a prova após descobrir a venda. Após a aplicação das provas, Neto é acusado de ter aprovado 202 candidatos que haviam sido reprovados na primeira lista de classificados. Isso porque, após o prazo legal de interposição de recursos, o número de aprovados passou dos 417 iniciais para 619 – candidatos que tinham pontuações inferiores à nota de corte na primeira lista tiveram a nota acrescida em até 18 pontos na segunda, passando a ser considerados aprovados. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, em 2005 a Corregedoria já havia recebido uma denúncia de irregularidades no concurso. Na época, uma apuração preliminar foi iniciada, mas arquivada. Os aprovados no concurso já foram nomeados e trabalham no IC. Segundo a pasta, o delegado assistente da Corregedoria, Denis Castro, disse que o inquérito instaurado nesta terça irá apurar tanto as novas denúncias quanto os motivos do arquivamento da investigação de 2005.
‘Gabarito feito um dia antes’
Em entrevista dada ao G1, Negrini Neto negou todas as acusações. Segundo ele, não é possível existir a venda de gabaritos, uma vez que o mesmo foi feito no dia anterior à prova. “Todos os membros da banca sabem disso”, afirmou. Ele presidia a banca do concurso. Neto diz não saber o que motivou as acusações. “Não sei por que fizeram isso. Para que revidar um negócio que aconteceu lá atrás? Para me prejudicar? Tenho 34 anos de serviço e estou para me aposentar. Qual o interesse nisso?”, disse. Neto afirmou que ficou “triste” com a denúncia, que não pretendia terminar a carreira com uma denúncia desse peso sobre ele. Ele contou que deve se aposentar em janeiro de 2010.
Elaboração da prova
Segundo o diretor, todas as questões da prova foram elaboradas pelos membros da banca e entregues a ele com alguns dias de antecedência da aplicação do exame. Cada membro da banca, formada por oito pessoas, fez aproximadamente 40 questões. O diretor disse que recebeu um total de 320 questões sem respostas, que ficaram em seu notebook até um dia antes da aplicação da prova, quando a banca se reuniu e escolheu quais perguntas seriam colocadas no teste. Naquele dia, porém, Neto disse que trouxe questões extras a serem inseridas no exame, o que causou intrigas entre os membros. “Resolvi dar um mexida para aumentar a segurança. Para ninguém falar nada.” Neto disse que, talvez, como modificou algumas questões na elaboração da prova, “alguns interesses podem ter sido contrariados”, o que poderia ter causado as acusações. “Alguma pessoa ficou com aquilo atravessado", disse. O diretor afirmou que aumentou em 202 o número de candidatos aprovados porque, após a interposição dos recursos, muitas perguntas tiveram as respostas modificadas. Dessa forma, segundo ele, respostas que eram tidas como erradas passaram a estar certas, aumentando a pontuação dos candidatos. Neto disse que, em 2005, teve conhecimento de uma denúncia anônima de irregularidade no concurso, mas que nunca foi ouvido pela Corregedoria. Ele afirmou que chegaram a dizer a ele que quebrariam seu sigilo bancário, mas não teve conhecimento se isso aconteceu. Ele estimou que a venda de um gabarito de prova daquele nível poderia custar R$ 80 mil.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo instaurou nesta terça-feira (1) um inquérito para investigar as denúncias de que o diretor do Instituto de Criminalística (IC), Osvaldo Negrini Neto, vendeu gabaritos e incluiu irregularmente reprovados na lista de aprovados do concurso para peritos, realizado em 2005. Neto nega as denúncias.
As denúncias foram feitas por seis integrantes da banca do concurso, segundo reportagem publicada nesta terça pelo jornal "Folha de S.Paulo". O diretor do IC teria vendido o gabarito para candidatos. A banca teria modificado a prova após descobrir a venda. Após a aplicação das provas, Neto é acusado de ter aprovado 202 candidatos que haviam sido reprovados na primeira lista de classificados. Isso porque, após o prazo legal de interposição de recursos, o número de aprovados passou dos 417 iniciais para 619 – candidatos que tinham pontuações inferiores à nota de corte na primeira lista tiveram a nota acrescida em até 18 pontos na segunda, passando a ser considerados aprovados. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, em 2005 a Corregedoria já havia recebido uma denúncia de irregularidades no concurso. Na época, uma apuração preliminar foi iniciada, mas arquivada. Os aprovados no concurso já foram nomeados e trabalham no IC. Segundo a pasta, o delegado assistente da Corregedoria, Denis Castro, disse que o inquérito instaurado nesta terça irá apurar tanto as novas denúncias quanto os motivos do arquivamento da investigação de 2005.
‘Gabarito feito um dia antes’
Em entrevista dada ao G1, Negrini Neto negou todas as acusações. Segundo ele, não é possível existir a venda de gabaritos, uma vez que o mesmo foi feito no dia anterior à prova. “Todos os membros da banca sabem disso”, afirmou. Ele presidia a banca do concurso. Neto diz não saber o que motivou as acusações. “Não sei por que fizeram isso. Para que revidar um negócio que aconteceu lá atrás? Para me prejudicar? Tenho 34 anos de serviço e estou para me aposentar. Qual o interesse nisso?”, disse. Neto afirmou que ficou “triste” com a denúncia, que não pretendia terminar a carreira com uma denúncia desse peso sobre ele. Ele contou que deve se aposentar em janeiro de 2010.
Elaboração da prova
Segundo o diretor, todas as questões da prova foram elaboradas pelos membros da banca e entregues a ele com alguns dias de antecedência da aplicação do exame. Cada membro da banca, formada por oito pessoas, fez aproximadamente 40 questões. O diretor disse que recebeu um total de 320 questões sem respostas, que ficaram em seu notebook até um dia antes da aplicação da prova, quando a banca se reuniu e escolheu quais perguntas seriam colocadas no teste. Naquele dia, porém, Neto disse que trouxe questões extras a serem inseridas no exame, o que causou intrigas entre os membros. “Resolvi dar um mexida para aumentar a segurança. Para ninguém falar nada.” Neto disse que, talvez, como modificou algumas questões na elaboração da prova, “alguns interesses podem ter sido contrariados”, o que poderia ter causado as acusações. “Alguma pessoa ficou com aquilo atravessado", disse. O diretor afirmou que aumentou em 202 o número de candidatos aprovados porque, após a interposição dos recursos, muitas perguntas tiveram as respostas modificadas. Dessa forma, segundo ele, respostas que eram tidas como erradas passaram a estar certas, aumentando a pontuação dos candidatos. Neto disse que, em 2005, teve conhecimento de uma denúncia anônima de irregularidade no concurso, mas que nunca foi ouvido pela Corregedoria. Ele afirmou que chegaram a dizer a ele que quebrariam seu sigilo bancário, mas não teve conhecimento se isso aconteceu. Ele estimou que a venda de um gabarito de prova daquele nível poderia custar R$ 80 mil.
Fonte: G1
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