Um arquivo secreto, de uso exclusivo, com banco de dados capaz de rastrear todas as informações dos cidadãos e identificar impressões digitais, fotos e voz. Essa é a principal ferramenta do serviço de inteligência da Polícia Civil de São Paulo. O sistema Ômega foi desenvolvido por uma empresa brasileira para investigar, combater e mapear o crime no Estado.
Policiais com senha autorizada podem consultar, simultaneamente, 12 bases de dados. A rede integrada contém informações de cadastros civil, criminal, de armas, carros roubados e furtados, da Junta Comercial, Disque Denúncia, Delegacia Eletrônica e Detran. A ferramenta permite acessar, ainda, o Infocrim (informações criminais), mapas e o sistema de identificação biométrica Phoenix, que traz impressões digitais, gravações de voz e fotos de suspeitos.
O sistema Ômega começou a ser desenvolvido em 2003. Na época de sua implementação, o delegado André Dahmer era assistente da Divisão de Tecnologia da Informação do Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Ele diz que, antes do Ômega, só era possível pesquisar base por base. "A nova ferramenta integra todos os dados. Se quero saber quantos homicídios com tiro na nuca ocorreram em Santo Amaro, em 2008, o sistema traz horário, tipo de arma e munição", diz.
Se um policial quer descobrir a placa de um veículo e só sabe duas letras, a ferramenta faz a leitura e cruza informações até obter o dado completo. O Ômega também identifica o dono do carro, endereço, telefone, se ele tem empresa e imóvel e antecedentes criminais.
O Ômega identifica se o preso tem parceiros, se os mesmos cumpriram pena, qual foi a condenação, local da prisão e cela. Nomes de foragidos aparecem nas consultas e sua identificação se torna mais fácil. A polícia descobre até dados de parentes e vizinhos. "É um arquivo fabuloso. E deverá ser integrado a todas as polícias do País", diz o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública. Hoje, nem a Polícia Federal nem a Agência Brasileira de Informações (Abin) têm o sistema Ômega.
A Polícia Militar dispõe do Fotocrim, com 320 mil fotos de criminosos, de frente e perfil. Para completar o sistema, a PM fotografou 90% dos presos. Assim, puderam montar um arquivo dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), com tempo de condenação, local onde cumprem pena e crimes. Outra importante arma da PM é o Comando de Operações da Polícia Militar (Copom) online. Com essa ferramenta, a corporação acompanha todas as chamadas e ocorrências que entram no 190 do Copom.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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