Acerto envolveu pagamento de R$ 195 mil a 1 delegado e 3 investigadores.
Grampos da Polícia Federal (PF) surpreenderam um suposto achaque feito por policiais civis que trabalhavam no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) para libertar dois traficantes de drogas. O acerto envolveu o pagamento de R$ 195 mil em três parcelas a um delegado e três investigadores - o último dos investigados deixou o Denarc na semana passada.
O achaque teria ocorrido em 23 de outubro de 2007, quando Rogério Correia da Fonseca, Ana Cláudia de Souza e Cristiane Honório da Silva foram presos em flagrante pelos investigadores do Denarc com 59 quilos de cocaína em São Paulo. O que eles não sabiam é que os federais estavam investigando a mesma quadrilha. A PF vigiava a atuação de Lúcio de Oliveira Carobino, o Gordão, e verificou que seu pai, José Raimundo Carobino, e seu suposto sócio, Fabrício Gustavo Soares da Silva, o Quidão, teriam sido presos em companhia de Fonseca e das duas mulheres.
Todos teriam sido levados ao Denarc. Os grampos da PF mostrariam que Gordão, por intermédio de uma advogada chamada Célia e de um advogado chamado Jorge, "negociou a liberdade de seu pai, José Raimundo, e Quidão". O pagamento teve parcelas de R$ 20 mil, R$ 25 mil e R$ 150 mil. Em uma das ligações, a advogada Célia disse que faria a entrega do dinheiro para Roberto e André, do Denarc.
"PIOR QUE NÓIS"
Em outra ligação, os traficantes comentaram a ação dos policiais, dizendo: "É, irmão, eles (os policiais corruptos) são pior que "nóis" (traficantes)". Levantamento dos números de telefones revelou que eles pertenciam a um investigador. Um terceiro celular flagrado nas negociações estava em nome de um homem, mas era usado pela advogada dos traficantes. José Carobino e Quidão foram soltos. Seus nomes não constaram nem mesmo do auto de prisão dos outros três acusados.
A PF enviou em março deste ano o caso ao Ministério Público Estadual. Na investigação do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ana Cláudia e Cristiane confirmaram que havia mais duas pessoas detidas no Denarc, mas "que estranhamente elas foram liberadas".
Os promotores do Gaeco investigaram também o patrimônio dos policiais civis suspeitos - a maioria trabalha hoje no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) - e verificaram que o delegado acusado e os três investigadores, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), "possuem diversas empresas e bens". O Gaeco encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Civil para que seja aberto inquérito e ouvidos policiais, advogados, traficantes e as vítimas do achaque.
Grampos da Polícia Federal (PF) surpreenderam um suposto achaque feito por policiais civis que trabalhavam no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) para libertar dois traficantes de drogas. O acerto envolveu o pagamento de R$ 195 mil em três parcelas a um delegado e três investigadores - o último dos investigados deixou o Denarc na semana passada.
O achaque teria ocorrido em 23 de outubro de 2007, quando Rogério Correia da Fonseca, Ana Cláudia de Souza e Cristiane Honório da Silva foram presos em flagrante pelos investigadores do Denarc com 59 quilos de cocaína em São Paulo. O que eles não sabiam é que os federais estavam investigando a mesma quadrilha. A PF vigiava a atuação de Lúcio de Oliveira Carobino, o Gordão, e verificou que seu pai, José Raimundo Carobino, e seu suposto sócio, Fabrício Gustavo Soares da Silva, o Quidão, teriam sido presos em companhia de Fonseca e das duas mulheres.
Todos teriam sido levados ao Denarc. Os grampos da PF mostrariam que Gordão, por intermédio de uma advogada chamada Célia e de um advogado chamado Jorge, "negociou a liberdade de seu pai, José Raimundo, e Quidão". O pagamento teve parcelas de R$ 20 mil, R$ 25 mil e R$ 150 mil. Em uma das ligações, a advogada Célia disse que faria a entrega do dinheiro para Roberto e André, do Denarc.
"PIOR QUE NÓIS"
Em outra ligação, os traficantes comentaram a ação dos policiais, dizendo: "É, irmão, eles (os policiais corruptos) são pior que "nóis" (traficantes)". Levantamento dos números de telefones revelou que eles pertenciam a um investigador. Um terceiro celular flagrado nas negociações estava em nome de um homem, mas era usado pela advogada dos traficantes. José Carobino e Quidão foram soltos. Seus nomes não constaram nem mesmo do auto de prisão dos outros três acusados.
A PF enviou em março deste ano o caso ao Ministério Público Estadual. Na investigação do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ana Cláudia e Cristiane confirmaram que havia mais duas pessoas detidas no Denarc, mas "que estranhamente elas foram liberadas".
Os promotores do Gaeco investigaram também o patrimônio dos policiais civis suspeitos - a maioria trabalha hoje no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) - e verificaram que o delegado acusado e os três investigadores, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), "possuem diversas empresas e bens". O Gaeco encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Civil para que seja aberto inquérito e ouvidos policiais, advogados, traficantes e as vítimas do achaque.
Fonte: Estadão
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