Comerciante pediu ajuda à polícia, mas acabou sendo assassinado. Para policial, atendentes têm 'treinamento muito ruim'.
O telefone da polícia pode fazer a diferença entre a vida e a morte. O 190, que em algumas regiões é chamado de cento e noventa, também pode evitar que um crime aconteça, mas, em Aracaju, um cidadão não conseguiu nenhum desses benefícios ao pedir socorro.
O telefone da polícia pode fazer a diferença entre a vida e a morte. O 190, que em algumas regiões é chamado de cento e noventa, também pode evitar que um crime aconteça, mas, em Aracaju, um cidadão não conseguiu nenhum desses benefícios ao pedir socorro.
De um depósito de bebidas, partiu a ligação de um comerciante aflito. Veja alguns trechos:
Vítima: Bom dia, aqui tem dois motoqueiros parados só de olho. Tem mais de cinco minutos.
Atendente: Eles estão fazendo algo suspeito?
Vítima: Para mim, estão fazendo algo suspeito. Se é motoqueiro, é suspeito ficar parado há muito tempo. Eles não são moradores da rua. Estão parados há muito tempo e não tiram os capacetes da cabeça. Não tiram o capacete.
Atendente: A placa da moto?
Vítima: Eu não vejo. Não posso ir até lá ver. Só sei que ele está parado olhando.
Atendente: O senhor visualizou a característica dos indivíduos?
Vítima: Não. Não conheço. Estão com capacete na cabeça, como é que vou saber?
Atendente: Eu peço que o senhor tenha as características do indivíduo para me passar.
Vítima: Está certo. Está bom. Tchau.
O comerciante tinha acabado de abrir o depósito, às 7h. A ligação durou apenas três minutos. Como nada intimidou os criminosos, durante as quatro horas em que permaneceram no local, eles decidiram agir. Eraldo de Jesus Santos foi assassinado com um tiro na cabeça. A polícia suspeita que ele foi vítima de um assalto.
Atendente: Eles estão fazendo algo suspeito?
Vítima: Para mim, estão fazendo algo suspeito. Se é motoqueiro, é suspeito ficar parado há muito tempo. Eles não são moradores da rua. Estão parados há muito tempo e não tiram os capacetes da cabeça. Não tiram o capacete.
Atendente: A placa da moto?
Vítima: Eu não vejo. Não posso ir até lá ver. Só sei que ele está parado olhando.
Atendente: O senhor visualizou a característica dos indivíduos?
Vítima: Não. Não conheço. Estão com capacete na cabeça, como é que vou saber?
Atendente: Eu peço que o senhor tenha as características do indivíduo para me passar.
Vítima: Está certo. Está bom. Tchau.
O comerciante tinha acabado de abrir o depósito, às 7h. A ligação durou apenas três minutos. Como nada intimidou os criminosos, durante as quatro horas em que permaneceram no local, eles decidiram agir. Eraldo de Jesus Santos foi assassinado com um tiro na cabeça. A polícia suspeita que ele foi vítima de um assalto.
Em Sergipe, o serviço de atendimento do 190 foi terceirizado no ano passado. Operadores de telemarketing recebem as ocorrências e repassam para a polícia. O secretário interino de Segurança Pública admite o despreparo dos atendentes.
No caso do comerciante, a atendente não cumpriu o procedimento porque considerou que a vítima não passou informações suficientes na ligação.
Para um policial que trabalha no 190, que preferiu não se identificar, os atendentes são despreparados. “As pessoas que atendem o 190 são pessoas indicadas e o treinamento é muito ruim, pelo que eu conheço. Ou seja, não é um treinamento que dá vivência para entender o que uma pessoa aflita está tentando passar."
"Todo sistema que dependa de seres humanos é passível de falhas. Isso tem que ser visto com muita tranquilidade para que nós possamos também não culpar pessoas que, muitas vezes, não foram preparadas ou estão despreparadas. Isso está sendo revisto de forma muito rígida pela Secretaria de Segurança Pública”, diz o secretário interino, João Batista Santos Júnior.
Para a família, essa revisão vai chegar tarde. "essa morte assim dói demais, é difícil esquecer”, diz a viúva de Eraldo.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário