domingo, 20 de dezembro de 2009

Comando de Operações Táticas (COT) - Polícia Federal - Tropa de elite da Polícia Federal é a "Swat brasileira"

BRASÍLIA - O Comando de Operações Táticas (COT), a tropa de elite da Polícia Federal, tem na vida real uma rotina que raramente se vê no cinema. Silenciosa, discreta e, antes de entrar em ação, praticamente invisível a criminosos, em seus 23 anos de atuação não sofreu nenhuma baixa, nunca matou um bandido sem confronto a tiros e raramente perde reféns. No país da bala perdida, de sucessivas operações desastradas e das execuções extrajudiciais, o COT se transformou numa “ilha” de eficiência da segurança pública.

E não é que falte adrenalina: o grupo executa, em média, 110 operações especiais por ano em diversas regiões do país – uma a cada 80 horas – e fez a linha de frente de boa parte das 1.006 operações que resultaram, nos últimos sete anos, em mais de 13 mil prisões, sem que fosse necessário disparar um tiro sequer para prender corruptos. As exceções são assaltos a banco com reféns, como uma tentativa ocorrida em Maurilândia (GO), em 2005, numa agência do Banco do Brasil. Na ocasião, o COT eliminou quatro assaltantes depois que estes mataram o próprio informante da quadrilha e ameaçaram a vida de vários reféns.

– Usamos a força na proporção necessária. Se um bandido mata alguém, então temos de tomar uma atitude – diz o agente federal Fabiano Tomazi, que durante quatro anos atuou na linha de frente do COT, parte como integrante do grupo de assalto e outra como atirador de precisão, o chamado sniper. Há dois anos fora do grupo, Tomazi é co-autor do livro COT – Charlie.Oscar.Tango, o primeiro relato por dentro das operações especiais da Polícia Federal, escrito em parceria com seu colega de tropa, Eduardo Maia Betini.

Nas chamadas mega-operações contra a corrupção, onde os alvos são pessoas da elite raramente alcançáveis pela lei, os cotianos, como são chamados, normalmente são os primeiros a chegar e, como sempre, de surpresa, para não dar chance de reação e, assim, evitar um confronto sangrento. Mas agem também em ações pontuais e preventivas contra assaltos a instituições financeiras federais, quadrilhas com tentáculos interestaduais ou distúrbios envolvendo indígenas ou invasão a prédios públicos da União.

O preparo dos homens, o planejamento minucioso das ações e o fator surpresa estão na raiz do sucesso operacional. Formado por um seleto grupo de 40 homens, que gastam 70% de seu tempo em treinamento, o COT é o segredo da bem sucedida era que tornou a Polícia Federal a vitrine do combate à corrupção. É uma força móvel de pronto emprego, sediada em Brasília, capaz de se deslocar rapidamente e, em três horas e meia, agir em qualquer ponto do país.

Com mobilidade, armas e equipamentos modernos, além da experiência adquirida junto aos grupos de elite mais fortes do mundo, a tropa é notável mais pelo planejamento do que pelo uso da força. O policial do COT deve ter músculos e nervos fortes, mas a grande vantagem é o preparo intelectual diversificado – com formação acadêmica em várias áreas – e equilíbrio psicológico, aliados ao persistente treinamento e uma forte aversão aos desvios de conduta que se tornaram rotina em outras corporações.

– Que moral teríamos para prender se não tivermos uma conduta reta? – resume Tomazi. Outra preocupação é com os direitos humanos: em vez de matar, como muitas vezes clama o senso comum e se torna a opção equivocada de determinadas políticas de segurança, a satisfação é prender. – Somos profissionais e não justiceiros. Bandido desarmado é bandido vivo.

Nesses 23 anos de atuação, não há entre os policiais do COT registro de nenhum caso de corrupção. A moralidade anda junto com o rigor com que são selecionados os futuros integrantes, mesmo que estes já tenham passado por todos os testes pré e pós-concurso público para ingressar na Polícia Federal. Cerca de 50% dos candidatos não passam da primeira fase e os aprovados sabem que, por mais de um ano, terão uma dura rotina de treinamento cujo ambiente varia da caatinga nordestina, ao pantanal e a floresta amazônica. Só depois da prova de fogo, que pode demorar de um a dois anos, é que o policial poderá tatuar em seu braço esquerdo o símbolo do COT, uma águia carregando um fuzil M-16, calibre 5.56.

A permanência na tropa dura, em média, cinco anos. Depois, seus integrantes retornam às origens ou se dispersam pelo país para ministrar cursos a outros grupos da Polícia Federal ou de corporações estaduais. À exceção de Tomazi e Betini, campeões de tiro entre as forças de segurança, os que passaram ou atualmente integram o COT são rostos invisíveis.



Policiais vão treinar em favela artificial de R$ 900 mil


*© André Dusek

Os 40 homens do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal passam a maior parte do tempo numa área cercada por muro alto de 40 mil metros quadrados no Setor Policial Sul de Brasília, um ambiente impenetrável para curiosos, no mesmo espaço da Superintendências do órgão no Distrito Federal. Lá há tudo o que eles precisam. Mas em janeiro do ano que vem, eles ganharão um espaço a mais para aperfeiçoar o treinamento e tentar se prevenir contra eventuais ações do crime na Copa de 2014 e, especialmente, nas Olimpíadas de 2016: uma pequena cidade cenográfica planejada, de dois mil metros quadrados de alvenaria, que reproduzirá fielmente a favela de um morro do Rio de Janeiro e seu ambiente adverso para uma operação policial.

As obras custarão ao governo federal cerca de R$ 900 mil e representarão a inclusão de um dos poucos ambientes que faltavam para o COT aperfeiçoar o treinamento, embora os próprios autores do livro tenham treinado nos morros ao lado do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar do Rio. A favela cenográfica do COT tem um projeto arquitetônico singular para reproduzir tudo o que um policial enfrenta para prender os traficantes: becos apertados e sem saída, túneis, armadilhas, lajes, rua bloqueada e tudo o que possa caracterizar uma operação de alto risco e requisite também o uso de explosivos. Os treinamentos de subida e descida em favelas vão levar em conta também a ousadia dos criminosos, cujo ápice foi a derrubada do helicóptero da Polícia Civil do Rio, há três meses.

O treinamento em favelas, considerado como um dos mais difíceis, era uma das poucas carências do COT, que desenvolve operações de simulação em áreas urbanas, na selva, na água e no ar. Dotada de circuito interno de televisão para permitir a análise, a favela cenográfica do COT terá toda a estrutura tecnológica e equipamentos para reproduzir um ambiente mais próximo do real. As passarelas, as casas, os telhados serão construídos com o material comum nos morros do Rio. A energia elétrica terá diversos tipos de luminosidade, variando de um ambiente bem claro ao mais escuro encontrado pela polícia.

A estrutura será um complemento à infraestrutura já existente na sede em Brasília onde, de alojamentos a estandes de tiro, os policiais encontram tudo o que precisam para se sentir em casa ou num cativeiro enfrentando a imprevisível reação de criminosos com reféns.



Fonte: Jornal do Brasil


* Pedimos desculpas ao grande fotógrafo André Dusek pelo grave erro cometido quando da postagem dessa matéria. Naquela data, o nome do autor da obra foi imperdoavelmente deixado de ser citado. A referida fotografia tem sua origem em: PICTURA PIXEL. COM, na seguinte URL: http://www.picturapixel.com/?p=3468

Blog Visões de um PM

5 comentários:

Unknown disse...

Prezados senhores,
A foto que ilustra este blog mostrando policiais federais dentro da sala de imprensa da DPF em Brasília é de minha autoria e foi publicada sem a minha autorização. Gostaria de saber aonde ops senhores adquiriram esta foto. Lembro que pela lei do Direito Autoral é obrigatória a citação do autor da fotografia.
Sem mais André Dusek

Max Dias disse...

O Blog Visões de um PM vem atraves deste levar seus pedidos de desculpas ao renomado fotógrafo André Dusek. Informamos aos leitores que a referida imagem é de propriedade desse profissional e que ausência de sua citação se deu em decorrência de um erro no momento da postagem. Por isso, sentimos na obrigação de corrigir esse equivoco, mencionando ainda a origem da fotografia: PICTURA PIXEL ELECTRONIC PHOTOMAGAZINE.

Ass: Blog Visões de um PM.

Adriano disse...

Cara Esses kras sao fodas eim namoral...
tenho 15 anos e um dia quero fazer parte da policia federal e se possivel dessa tropa de elite
parabens pelo trabalho cara !!!!

Anônimo disse...

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