RIO - Especialistas na área de segurança afirmam que a falta de viaturas blindadas e de acesso a radiotransmissores fora dos carros expõe policiais militares ao risco de morte. Neste domingo, um sargento da PM foi morto e um soldado ficou ferido na Cidade Nova, no quarto caso em que policiais foram alvo de bandidos em menos de 48 horas. Ao todo, três PMs foram mortos e quatro feridos.
Para o ex-secretário nacional de Segurança coronel José Vicente da Silva Filho, as autoridades precisam dar mais atenção à qualidade dos equipamentos usados pelos policiais:
- Os rádios usados pelos PMs não permitem nem o contato entre helicópteros e viaturas. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, já existe um sistema pelo qual os policiais podem avisar que foram atingidos apertando apenas um botão. As viaturas deveriam receber pelo menos meia blindagem, que protege as duas portas dianteiras, os vidros da frente e os laterais. É compreensível que o comandante da PM utilize carro blindado, mas não é justificável que os outros policiais também não tenham acesso a isso.
A blindagem de um carro não sai por menos de R$ 40 mil, segundo o dono da Safety Drive Blindagem, Luciano Gomide. Um serviço mais completo, com a proteção de todo o painel, pode chegar a R$ 60 mil.
- Os preços variam muito a partir da qualidade do material, como o vidro e a manta de aramida, que é mais cara do que o aço. O tipo de blindagem comum no Brasil suporta o tiro de uma pistola magno 44 ou 9 milímetros, mas não disparos de fuzil - ressalta Gomide.
Um dos fundadores do Grupo dos Barbonos e ex-corregedor da PM, o coronel Paulo Ricardo Paúl afirma que, independentemente do valor, é preciso oferecer segurança aos policiais:
- A blindagem é cara, mas a vida do PM custa muito mais para sua família e para o próprio estado. O radiotransmissor é um equipamento de segurança. O policial deveria ter acesso a ele quando está fora do carro já que, dentro da viatura, ele fica mais visível e exposto.
Segundo o sociólogo Gláucio Soares, o alto índice de ataques a PMs nos últimos dias mostra que o perigo no Rio não é apenas iminente:
- O conflito é armado de ambas as partes e provoca baixas nos dois lados, além de atingir a sociedade civil. Foram décadas de descaso até chegar à situação atual e será muito difícil desfazê-la a curto prazo. Temos pelo menos dez anos pela frente.
Comandante-geral nega vulnerabilidade
Questionado sobre a eficácia dos rádios usados pela PM, o comandante do 1º Comando de Patrulhamento de Área, coronel Marcus Jardim, disse que não poderia se posicionar sobre o assunto.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, que usa um veículo blindado, negou que o ataque deste domingo exponha uma vulnerabilidade dos policiais, sobretudo os que ficam em carros sem blindagem:
- Sempre foi assim ao longo das décadas e não há porque deixar de ser. A patrulha sai com rondas a cumprir, que são intercaladas por paradas periódicas. Não se reveste em entendimento que o policial tenha que estar desatento. O policial está atento, sempre ali, um homem na viatura e outro em pé perto do veículo.
Procurado pelo GLOBO para comentar os casos, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, não quis se pronunciar.
Para o ex-secretário nacional de Segurança coronel José Vicente da Silva Filho, as autoridades precisam dar mais atenção à qualidade dos equipamentos usados pelos policiais:
- Os rádios usados pelos PMs não permitem nem o contato entre helicópteros e viaturas. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, já existe um sistema pelo qual os policiais podem avisar que foram atingidos apertando apenas um botão. As viaturas deveriam receber pelo menos meia blindagem, que protege as duas portas dianteiras, os vidros da frente e os laterais. É compreensível que o comandante da PM utilize carro blindado, mas não é justificável que os outros policiais também não tenham acesso a isso.
A blindagem de um carro não sai por menos de R$ 40 mil, segundo o dono da Safety Drive Blindagem, Luciano Gomide. Um serviço mais completo, com a proteção de todo o painel, pode chegar a R$ 60 mil.
- Os preços variam muito a partir da qualidade do material, como o vidro e a manta de aramida, que é mais cara do que o aço. O tipo de blindagem comum no Brasil suporta o tiro de uma pistola magno 44 ou 9 milímetros, mas não disparos de fuzil - ressalta Gomide.
Um dos fundadores do Grupo dos Barbonos e ex-corregedor da PM, o coronel Paulo Ricardo Paúl afirma que, independentemente do valor, é preciso oferecer segurança aos policiais:
- A blindagem é cara, mas a vida do PM custa muito mais para sua família e para o próprio estado. O radiotransmissor é um equipamento de segurança. O policial deveria ter acesso a ele quando está fora do carro já que, dentro da viatura, ele fica mais visível e exposto.
Segundo o sociólogo Gláucio Soares, o alto índice de ataques a PMs nos últimos dias mostra que o perigo no Rio não é apenas iminente:
- O conflito é armado de ambas as partes e provoca baixas nos dois lados, além de atingir a sociedade civil. Foram décadas de descaso até chegar à situação atual e será muito difícil desfazê-la a curto prazo. Temos pelo menos dez anos pela frente.
Comandante-geral nega vulnerabilidade
Questionado sobre a eficácia dos rádios usados pela PM, o comandante do 1º Comando de Patrulhamento de Área, coronel Marcus Jardim, disse que não poderia se posicionar sobre o assunto.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, que usa um veículo blindado, negou que o ataque deste domingo exponha uma vulnerabilidade dos policiais, sobretudo os que ficam em carros sem blindagem:
- Sempre foi assim ao longo das décadas e não há porque deixar de ser. A patrulha sai com rondas a cumprir, que são intercaladas por paradas periódicas. Não se reveste em entendimento que o policial tenha que estar desatento. O policial está atento, sempre ali, um homem na viatura e outro em pé perto do veículo.
Procurado pelo GLOBO para comentar os casos, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, não quis se pronunciar.
Fonte: Extra
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