sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pobres coitados...

Cela com capacidade para 36 detentos abriga 256 no Espírito Santo

CNJ solicitou atendimento médico a presos da Cadeia de Vila Velha.
Órgão realiza inspeção em presídios do estado.


Durante uma inspeção na Cadeia de Vila Velha (ES), nesta sexta-feira (22), representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encontraram 256 detentos em uma cela com capacidade para abrigar 36 pessoas.

O órgão solicitou que a Secretaria de Saúde do Espírito Santo providencie atendimento médico aos presos que estão no local. Segundo o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Erivaldo Ribeiro, os detentos correm riscos de contrair doenças graves, inclusive tuberculose.

Para o juiz do CNJ, os detentos estão submetidos a condições insalubres. Nos últimos dois meses, duas pessoas teriam morrido por infecção generalizada dentro da cela.

A inspeção do CNJ nos presídios do Espírito Santo começou na segunda-feira (18). O resultado dos trabalhos será reunido em um relatório, que será encaminhado à Corregedoria Nacional de Justiça.
Ausência da defensoria pública

De acordo com representantes do CNJ, nos sete presídios inspecionados no Espírito Santo desde o início da semana há celas superlotadas e presos precisam se revezar para dormir. O órgão também constatou falta de atuação da defensoria pública.

Fonte: G1

Essa merece ser a primeira do dia!



Suspeito é linchado ao tentar assaltar com arma de brinquedo


Tentativa de assalto ocorreu no Jardim Botânico, no ônibus da Linha 583.
Após ser imobilizado pelos passageiros, suspeito foi preso pela polícia.

Um suspeito foi linchado ao tentar assaltar com arma de brinquedo a passageira de um ônibus na tarde desta quinta-feira (21) no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. O ataque ao suposto assaltante, que foi preso, foi feito pelos outros passageiros do veículo.

As imagens do ataque foram feitas por celular pelo fotógrafo Guilherme Paranhos. Veja ao lado.

A tentativa de assalto aconteceu em um ônibus da linha 583, que faz o itinerário Cosme Velho-Leblon. Um passageiro, que não quis se identificar, disse que o suspeito entrou no veículo no Humaitá, bairro próximo ao Jardim Botânico.

Segundo a testemunha, o suposto criminoso, que aparentava ter cerca de 30 anos, sentou próximo a um homem e depois se levantou e ficou ao lado de uma jovem. Três passageiros que estavam atrás dela perceberam o assalto e bateram no suspeito.
Passageiros assaltados

De acordo com a testemunha, os outros passageiros ficaram assustados e pediram para o motorista parar no próximo ponto, na Rua Jardim Botânico, perto da Rua Lopes Quintas.

Pedestres que passavam pelo local afirmaram que os três passageiros continuaram batendo no suspeito até a chegada da Polícia Militar. Ele foi preso por policiais do 23º BPM (Leblon).

Fonte: G1

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Entre para a Milícia de Tiradentes

CONCURSO PÚBLICO PARA ADMISSÃO AO CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, PARA O ANO DE 2009, VAGAS PARA AS UNIDADES DO INTERIOR DO ESTADO (CTSP/2009 - INTERIOR).

O DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS E O CHEFE DO CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista a autorização concedida pela Resolução n° 3.959, de 18 de janeiro de 2008, tornam pública a abertura das inscrições e estabelecem normas para a realização do concurso público destinado a selecionar candidatos para o CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA, a iniciar-se no ano de 2009, cujas vagas são destinadas às unidades das Regiões lotadas no interior do Estado, observadas as disposições constitucionais referentes ao assunto, bem como os termos da Lei n° 5.301, de 16/10/1969, e suas alterações, Resolução Conjunta n° 3692, de 19/11/2002, legislação complementar pertinente ao assunto e, em particular, as normas estabelecidas neste edital.

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1.1 O concurso será regido por este edital e gerenciado pela Diretoria de Recursos Humanos (DRH), através do Centro de Recrutamento e Seleção (CRS) da PMMG.

1.2 O Curso Técnico em Segurança Pública (CTSP), previsto neste edital, tem como objetivo a formação do Soldado de 1ª classe, dando-lhe condições para executar os diversos tipos de policiamento ostensivo, afetos a PMMG.

1.3 Estão sendo oferecidas 2.152 (duas mil cento e cinqüenta e duas) vagas para o sexo masculino e 238 (duzentos e trinta e oito) vagas para o sexo feminino, distribuídas conforme o anexo “B” deste edital.

Para ver o edital completo do Concurso da PMMG clique aqui.

Vale a pena assistir

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Muito Interessante

Na vida real o BOPE não tem IBOPE!

Em Tropa de Elite, queremos vingança.


Fui ver o Tropa de Elite como quem vai cometer um crime, fui assistir ao filme para me 'purificar', mergulhando em um poço que imaginava tenebroso.

No tempo do 'Esquadrão da Morte', tudo que o bandido destinado a 'presunto' implorava aos policiais, com o fio de náilon passado em seu pescoço, era que eles avisassem a hora em que iam seccionar sua carótida, afogando-o em sangue. Mas os caras maus não diziam e o fio era puxado de repente e zás... pescoço cortado. A namorada de um matador me contou que ele se masturbava, enquanto executavam o vagabundo no terreno baldio, lentamente, com peixeira, para dar tempo de gozar no lenço.

Fui ver o Tropa de Elite ansioso para fazer uma 'trip' criminal contra minha antiga e cultivada 'bondade': tesão de ser mau, querendo gozar com a violência. Não com a violência 'estética' de lixos fascistas como o filme 300, com cabeças e braços voando em câmera lenta, nem com Chuck Norris e outros assassinos. Não estava querendo ver os balés de corpos massacrados do cinema americano, o prazer da morte, eles sim, 'fascistas', essa vaga palavra mussolínica. Eu queria sentir o prazer da vingança, interpretado pelo meu 'procurador' Wagner Moura, que aliás, está genial no papel.

Já tinha visto Notícias de Uma Guerra Particular, a obra-prima de João Moreira Salles (será que esse nome renascentista se aplica a um filme como aquele?) Já tinha visto o excepcional Ônibus 174, também de José Padilha (aliás, o maior sucesso do cinema brasileiro no mundo), mas esses e outros, como o Cidade de Deus, provocaram em mim apenas um vago mal-estar político, uma indignação culposa, uma 'malaise' humanista diante da bestialização da vida brasileira, provocada pela inexistência de poderes públicos e pela influência da multinacional da cocaína, cujos líderes políticos aqui, na América Latina e anglo-saxônica, impedem a legalização das drogas, para manter o lucro de bilhões. Essas e outras obras de denúncia política me davam uma espécie de 'consolação' pela comiseração ou o lamento da miséria (como nomeou Marx em seu texto sobre os folhetins de Eugene Sue). Aliás, a miséria e a violência também já me foram 'úteis' como assunto ou para eu posar de bacana, de politicamente correto, assim como já serviu a muito cineasta e literato para ganhar dinheiro, condenando-a.

Mas, quando eu fui ver o Tropa de Elite eu não queria socialismo nem consolação; eu queria vingança. Tinha lido nos jornais a eterna polêmica de nossos intelectuais dualistas: progressista ou fascista? Esquerda ou direita? Essa gente só consegue raciocinar com um cuco na cabeça, batendo o pêndulo como um colhão pendurado, tentando enquadrar a realidade num conteúdo ideológico qualquer. Muito bem. Fui.

Entrei no cinema ofegante, ocultando-me na gola do sobretudo como um suspeito, e vi o filme.

E verifiquei que o filme não era um filme. Calma, não estou esculhambando. Era mais que um filme; era um evento, uma experiência. Ninguém foi 'vê-lo' - foram senti-lo, vivê-lo.

Em filmes recentes (e esse é um deles), há uma urgência até meio 'antiartística'. Tudo parece um grande videoclipe jornalístico, tudo é um berro assumido como um manifesto, para dar conta de uma realidade terrível, mas invisível no dia-a-dia. Não há lugar para a 'arte'. A única mise-en-scène do filme é não ter mise-en-scène. Por exemplo, no Notícias de Uma Guerra Particular, ainda há uma forma: a tensa banalidade de tudo, a trágica beleza de nossa impotência diante dos fatos mostrados. Ali, está a arte. Em Ônibus 174, Brecht se vira no túmulo quando, num raro momento da história do espetáculo, o seqüestrador (que sabemos que vai morrer, ao lado da moça também condenada) se vira para a câmera, para nós, no olho, na platéia, e berra: 'Isto aqui não é filme, não! Aqui é a realidade!' Ali, explode a arte, ali viramos ao avesso e somos ejetados da sala caindo em lugar nenhum.

Neste filme, não. No Tropa de Elite, a importância não está na narrativa (até bem 'americana'); a importância não está no que ele concluiria ou nos ensinaria (já houve tempo em que queríamos 'conscientizar' as pessoas com o cinema... já houve tempo em que a arte tinha a esperança de sedimentar ensinamentos...) Neste caso, não; a importância do filme é ter nos transformado em personagens.

Os milhares de cópias piratas buscadas com fome, as platéias sideradas quase sexualmente pelo sangue, mostram que nós somos os personagens de um País sem enredo, que estamos famintos de que algo aconteça, de que alguma forma de justiça se faça, de que nem Wagner Moura, nem ninguém, nos salvará. O filme exibe a nossa impotência diante do crime e da desordem republicana, nossa dolorosa decadência provocada pela política imunda que paralisa o País.

Fonte: Arnaldo Jabor