Comovidos pela dor de um povo
Bombeiros do DF que estiveram em Porto Príncipe se emocionam ao receber homenagem
Homenageados ontem pelo Comando dos Bombeiros e pela Câmara Legislativa, os 21 militares brasilienses que foram ao Haiti prestar ajuda humanitária garantem que toda a experiência profissional e pessoal adquiridas ao longo de 20 dias no país devastado superam qualquer prêmio que poderiam, um dia, receber como forma de reconhecimento. “Não tem certificado ou cerimônia que supere a recompensa de ter dado um auxílio àquele povo”, admite o soldado Robson da Silva Daniel, 28 anos. Para o tenente-coronel Rogério Alvarenga, 44, que comandou as operações, a ida ao Haiti(1) foi uma experiência única. “Como lição de vida, tirei que a gente reclama de tudo, mas tem gente em situação muito pior que a nossa e está sobrevivendo”, explica o comandante.
Os bombeiros contaram que quando chegaram à cidade de Porto Príncipe, onde atuaram, ficaram impressionados com a miséria da população. “Chegamos na cidade menos de 48h depois dos terremotos. Tinha muitos corpos na rua e a cidade exalava um cheiro forte de cadáveres em estado de putrefação”, lembra Robson, acrescentando que lixo e esgoto corriam a céu aberto.
O segundo-sargento Glahston Felix Albuquerque, 42 anos, destaca que a situação da população no país é desesperadora. “Até para a gente, que é acostumado com situações trágicas, foi terrível”, assegura. “Vi uma criança de 7 anos que tentava mamar no seio da mãe, enquanto a mulher estava dando de mamar para o outro filho, um bebê. Também havia pessoas dando paulada umas nas outras por comida e água; outras vendendo doações, como roupas e sapatos, para poder comprar comida. Porto Príncipe é uma cidade de pedintes.” Uma das coisas que ele achou mais curiosa foi os haitianos terem aprendido a falar “me dá água, me dá comida” em português para pedir donativos às equipes de resgate.
Bombeiros do DF que estiveram em Porto Príncipe se emocionam ao receber homenagem
Homenageados ontem pelo Comando dos Bombeiros e pela Câmara Legislativa, os 21 militares brasilienses que foram ao Haiti prestar ajuda humanitária garantem que toda a experiência profissional e pessoal adquiridas ao longo de 20 dias no país devastado superam qualquer prêmio que poderiam, um dia, receber como forma de reconhecimento. “Não tem certificado ou cerimônia que supere a recompensa de ter dado um auxílio àquele povo”, admite o soldado Robson da Silva Daniel, 28 anos. Para o tenente-coronel Rogério Alvarenga, 44, que comandou as operações, a ida ao Haiti(1) foi uma experiência única. “Como lição de vida, tirei que a gente reclama de tudo, mas tem gente em situação muito pior que a nossa e está sobrevivendo”, explica o comandante.
Os bombeiros contaram que quando chegaram à cidade de Porto Príncipe, onde atuaram, ficaram impressionados com a miséria da população. “Chegamos na cidade menos de 48h depois dos terremotos. Tinha muitos corpos na rua e a cidade exalava um cheiro forte de cadáveres em estado de putrefação”, lembra Robson, acrescentando que lixo e esgoto corriam a céu aberto.
O segundo-sargento Glahston Felix Albuquerque, 42 anos, destaca que a situação da população no país é desesperadora. “Até para a gente, que é acostumado com situações trágicas, foi terrível”, assegura. “Vi uma criança de 7 anos que tentava mamar no seio da mãe, enquanto a mulher estava dando de mamar para o outro filho, um bebê. Também havia pessoas dando paulada umas nas outras por comida e água; outras vendendo doações, como roupas e sapatos, para poder comprar comida. Porto Príncipe é uma cidade de pedintes.” Uma das coisas que ele achou mais curiosa foi os haitianos terem aprendido a falar “me dá água, me dá comida” em português para pedir donativos às equipes de resgate.
Emoção
Um dos momento mais impactantes para os brasilienses foi o resgate dos corpos de um funcionário da Organização das Nações Unidas e do filho dele, de 4 anos. “A esposa do funcionário tinha sobrevivido e esperava que o marido e filho estivessem vivos, mas a gente sabia que, depois de tanto tempo, eles não tinham chance”, conta Robson. Os dois estavam sob cinco andares de escombros e a posição dos corpos de pai e filho emocionaram as equipes. O cabo Luciano Souza, 38 anos, admite que a “lágrima correu no olho” quando viu a cena e se lembrou dos quatro filhos. “Quando vi o corpo do pai em uma posição que parecia estar tentando salvar o filho, tirando o menino pela janela, me coloquei no lugar dele”, detalha.
Após enfrentar réplicas do terremoto que destruiu o país, ver tantas pessoas mortas e crianças órfãs pedindo alimento e carinho, o soldado Robson, poucos minutos antes de receber um certificado com menção elogiosa pelo serviço prestado à população haitiana, alerta para a necessidade de ajudar o Haiti. “Pequenas ações ajudam a população que, sozinha, não tem como se reerguer. Toda ajuda é importante e necessária. Só quem esteve lá sabe como é”, garante.
Um dos momento mais impactantes para os brasilienses foi o resgate dos corpos de um funcionário da Organização das Nações Unidas e do filho dele, de 4 anos. “A esposa do funcionário tinha sobrevivido e esperava que o marido e filho estivessem vivos, mas a gente sabia que, depois de tanto tempo, eles não tinham chance”, conta Robson. Os dois estavam sob cinco andares de escombros e a posição dos corpos de pai e filho emocionaram as equipes. O cabo Luciano Souza, 38 anos, admite que a “lágrima correu no olho” quando viu a cena e se lembrou dos quatro filhos. “Quando vi o corpo do pai em uma posição que parecia estar tentando salvar o filho, tirando o menino pela janela, me coloquei no lugar dele”, detalha.
Após enfrentar réplicas do terremoto que destruiu o país, ver tantas pessoas mortas e crianças órfãs pedindo alimento e carinho, o soldado Robson, poucos minutos antes de receber um certificado com menção elogiosa pelo serviço prestado à população haitiana, alerta para a necessidade de ajudar o Haiti. “Pequenas ações ajudam a população que, sozinha, não tem como se reerguer. Toda ajuda é importante e necessária. Só quem esteve lá sabe como é”, garante.
Fonte: Correio Braziliense