quinta-feira, 9 de junho de 2011

A história do soldado que não queria se render...

... nem mesmo 29 anos após o fim da 2a Guerra Mundial!

Numa madrugada qualquer de Março, o veterano Tenente do exército japonês Hiroo Onoda depôs armas em frente a seu comandante, o ex Major Taniguchi, numa cerimônia comum, executada inúmeras vezes pelos militares japoneses após derrota na Segunda Guerra Mundial.

"Hiroo Onoda, em foto de 1944". (Clique na imagem para ampliar)
Porém, o que chamou a atenção do mundo para este acontecimento ocorrido na ilha de Lubang, nas Filipinas, foi o fato de que isto ocorreu no mês de Março de 1974, 29 anos após a rendição japonesa, que encerrou a Segunda Guerra Mundial.

"A rendição do Tenente Onoda em 1974". (Clique na imagem para ampliar)





Nascido em Kainan em 1922, a vida de Onoda começou a mudar em 1942, assim que os Estados Unidos declararam guerra ao Japão, fazendo com que ele se juntasse ao exército, fazendo um treinamento numa unidade especial de guerrilha e táticas de sobrevivência na selva.

"Jardim em Kainan, cidade natal de Hiroo Onoda".  (Clique na imagem para ampliar)

No dia 26 de Dezembro de 1944, chegou com sua unidade à Ilha de Lubang, nas Filipinas, com a missão de protegê-la a qualquer custo, impedindo qualquer tentativa de invasão norte-americana. Onoda sabia que a primeira tarefa seria destruir o cais e o aeroporto da ilha, mas ao juntar-se com outros soldados, foi voto vencido.

"Localização da ilha de Lubang, nas Filipinas". (Clique na imagem para ampliar)



Em 28 de fevereiro de 1945 as tropas americanas invadiram a ilha, e com um aeroporto e um cais funcionais, foi muito fácil ocupá-la, massacrando as tropas japonesas. Ao final do confronto apenas 4 soldados japoneses não estavam mortos ou haviam sido capturados:  Onoda e mais três companheiros.

"Tropas americanas no Pacífico tomar Lubang foi muito fácil, com uma pista de pouso e um cais à disposição". (Clique na imagem para ampliar)

Durante o tempo em que durou a ocupação americana, os japoneses fugiram para as densas florestas nas colinas da ilha, morando em cavernas e alimentando-se de coco, bananas e eventualmente de alguns animais que capturavam sem usar armas, para não denunciar sua posição. Com o final da guerra, as tropas se retiraram e a vida na ilha seguiu seu curso. A ilha era habitada, e eventualmente alguns moradores que se aventuravam pelas colinas não retornavam para casa, criando a lenda dos "Demônios das Montanhas".

"Rendição de soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial para Onoda, esta não era uma opção". (Clique na imagem para ampliar)

Após 5 anos de isolamento, Akatsu, um dos companheiros de Onoda, fugiu do grupo e vagou pela ilha durante 6 meses até ser capturado por uma patrulha filipina, que o acolheu, informando que a guerra havia acabado. Pensando nos companheiros, convenceu que uma missão de resgate fosse feita para encontrá-los. Onoda, porém, pensou que era apenas um ardil dos inimigos para capturá-los, e fugiu para outro ponto da ilha.

"Uma das cavernas onde Onoda e seus companheiros viveram em Lubang. Hoje é atração turística". (Clique na imagem para ampliar)

Tentando trazê-los à razão, aviões jogaram cartas, panfletos e fotos de familiares dos japoneses nas selvas da ilha, mas Onoda mais uma vez pensou tratar-se de propaganda do inimigo. Depois de algumas outras tentativas frustradas, entraram em conflito com pescadores, que acabaram matando um de seus companheiros restantes. Agora restavam só Onoda e o soldado Suzuka.

"Nas paradisíacas paisagens de Lubang a vida de Onoda e seus companheiros não era nada fácil". (Clique na imagem para ampliar)

Até o irmão de Onoda foi chamado à ilha, e com um megafone implorou pelo retorno do irmão. Mais uma vez, pensaram ser um truque e não foram ao encontro de seus familiares.

Mais de 20 anos haviam se passado, e os dois sobreviventes eventualmente queimavam plantações locais e assaltavam as propriedades usando táticas de guerrilha, e em uma destas ocasiões foram cercados pela polícia, que matou Suzuka. Onoda estava agora sozinho.O ano era 1972.

"Tão longe, tão perto... As praias da ilha eram um luxo não permitido para os soldados japoneses". (Clique na imagem para ampliar)



Em 1974, um turista de nome Suzuki foi à Lubang sabendo da história de Onoda, e encontrou-se com ele. Antes que fosse morto como traidor a serviço do inimigo, conseguiu convencê-lo a ouvir a história dos últimos 29 anos, e incrivelmente Onoda disse que se seu comandante fosse até lá rendê-lo, ele finalmente deporia as armas.

"Foto rara de Norio Suzuki (de camisa branca, ao lado de Onoda), o turista que convenceu  o Tenente que a guerra havia acabado". (Clique na imagem para ampliar)
Na madrugada de 10  de Março de 1974, diante de um envelhecido comandante Taniguchi vestindo um surrado uniforme militar, Onada depôs suas armas, após quase 30 anos de uma "guerra particular".

"Hiroo Onoda durante sua rendição em 1974, o fim de 29 anos de uma "guerra particular". (Clique na imagem para ampliar)


Apesar de ter matado mais de 30 ilhéus em Lubang desde o final da guerra, Onada obteve perdão do então Presidente filipino Ferdinand Marcos, e foi recebido com honras e condecorações no Japão. Porém, sua fama pública de "maluco" fez com que viesse para o Brasil, onde transformou-se em um importante produtor agrícola na cidade de Terenos, no Mato Grosso do Sul.

"Bandeira do Exército Imperial Japonês utilizada durante a Segunda Guerra Mundial". (Clique na imagem para ampliar)

Até o momento em que este post foi escrito, Onada permanecia vivo e com boa saúde. A alguns anos retornou ao Japão, mas visita o Brasil regularmente, mesmo à porta dos 90 anos de idade.

"O Ditador filipino Ferdinand Marcos absolveu Onoda de todos os seus crimes em Lubang Alegou "circuntâncias especiais". (Clique na imagem para ampliar)




A história de Onada não é a única de soldados japoneses que continuaram combatendo após o final da Segunda Guerra Mundial. Eles são chamados de "Holdouts", e foram resgatados em vários pontos do Pacífico.

"Onoda em foto mais recente". (Clique na imagem para ampliar)










O último dos "holdouts" encontrados no Pacífico foi Teruo Nakamura, em Novembro de 1974.Sua recepção foi fria, pois não era japonês, e sim Taiwanês, a serviço do Exército do Japão.

"Foto de Soichi Yokoi, resgatado em 1972 em Guam". (Clique na imagem para ampliar)





Mais uma mostra da fibra deste povo que encara com honra e determinação qualquer adversidade, provando que para eles a lealdade à hierarquia é o mais importante dos bens. Os recentes acontecimentos no Japão mais uma vez comprovaram estas características.

Saiba mais sobre estes soldados: Houdouts

Saiba mais sobre: Hiroo Onoda

Fonte: Rio Blog
Imagens: Rio Blog

quarta-feira, 8 de junho de 2011

236 anos da Gloriosa PMMG


Trinta e oito pessoas e entidades civis foram homenageadas nesta quarta-feira (8), pela manhã, durante solenidade que comemorou o aniversário de 236 anos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), na 9ª Região Integrada de Segurança Pública (9ª Risp), no Jardim Patrícia, zona oeste de Uberlândia.

Entre os homenageados, estavam promotores, juízes, empresários e outros profissionais, além das jornalistas do CORREIO de Uberlândia Roberta Guimarães e Gleide Corrêa.

Aos homenageados, foram entregues diplomas de colaboração benemérita que, segundo protocolo do órgão policial, distingue aqueles que contribuíram para a preservação da segurança pública. “São cidadãos e empresas que, em parceria com a PM, promoveram, sobretudo, a paz social na região de um modo geral”, disse o comandante da 9ª Região de Polícia Militar (9ª RPM), coronel Dilmar Crovato.

Oficiais e praças dos 18 municípios que compõem a 9ª RPM também estiveram presentes no evento. Oito deles que se destacaram profissionalmente e pessoalmente no dia a dia receberam medalhas de mérito pela conduta mostrada em circunstâncias diversas.

Desde o dia primeiro deste mês, a PM estadual vem fazendo atividades em comemoração ao aniversário da corporação. A PMMG é a polícia mais antiga do Brasil. Segundo historiadores, o órgão se originou em junho de 1775, com o surgimento do Regimento Regular de Cavalaria de Minas em Ouro Preto (MG). O patrono dos militares é o Alferes Tiradentes, herói da Inconfidência Mineira.


Fonte: JC