SÃO PAULO - Uma discussão na porta da agência da Caixa Econômica Federal da Rua Américo Salvador Novelli 427, em Itaquera, Zona Leste, por causa do travamento da porta giratória, levou o vigilante Jackson Alves da Silva, de 25 anos, a matar, com três tiros, o investigador de polícia Robson Elias, de 43 anos. O crime aconteceu no fim da manhã de quinta-feira, no saguão do banco. Uma das balas também atingiu no peito o cliente Fernando Augusto Abreu Viana, de 22 anos. O policial, que integrava a equipe de investigação do 32º Distrito Policial (Itaquera), chegou a ser levado ao Pronto Socorro da região, mas morreu enquanto era submetido a cirurgia. Viana foi operado e permanece internado, em estado gravíssimo, no Hospital Santa Marcelina. O vigilante se entregou. Testemunhas contaram, em depoimento à polícia, que o investigador tentou entrar armado no banco, mas a porta giratória travou. Ele teria feito sinal para o vigilante abrir, mas Silva se recusou. Os dois então passaram a discutir.
A casa caiu
Ainda segundo as testemunhas, Elias teria dito:
- Se eu fosse ladrão, a casa já tinha caído.
Ninguém soube informar, porém, se o investigador havia se identificado como policial ou exibido a carteira funcional. Assustado, Silva sacou a arma e atirou. O investigador foi atingindo por dois tiros no peito e outro na mão direita. O cliente Fernando Viana, que estava próximo ao caixa eletrônico, foi atingido por bala perdida, perto do coração.
Testemunhas contaram que o banco estava lotado quando os tiros foram disparados. Apavoradas, as pessoas começaram a gritar e a se jogar no chão. O pânico foi geral.
No momento da gritaria, a dona-de-casa Maria Margarida da Silva, de 65 anos, preocupou-se com a filha, grávida de quatro meses, que estava na fila.
- Enquanto fiquei sentada próximo ao balcão de atendimento, ela foi retirar o dinheiro no caixa preferencial. Meu medo era de que tivesse ido ao banheiro, porque ficava bem próximo ao saguão. Só consegui me acalmar quando a vi - lembra a dona-de-casa.
Segundo Margarida, a filha ficou bastante nervosa e começou a sentir dores na barriga.
- Ela já perdeu um filho uma vez e só espero que, agora, não aconteça nada.
No momento da confusão, o vigilante deixou a agência antes da chegada da polícia, mas logo depois apresentou-se em uma cabine da PM, na esquina das avenidas Itaquera e Tomazo Ferrara, e foi preso.
O investigador Elias trabalhava havia cerca de um ano no 32º DP (Itaquera). Ele era casado e tinha filhos.