quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Rio de Janeiro - Granadas encontradas em Arujá iriam para o Rio e seriam utilizadas contra UPPs

POTÊNCIA - Com artefatos de calibre 62 seria possível danificar o Caveirão, blindado da polícia

A Polícia Federal apurou que as dez granadas antitanque encontradas segunda-feira à noite em uma casa na cidade de Arujá, Região Metropolitana de São Paulo, iriam abastecer o arsenal do narcotráfico no Rio para atacar instalações de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e explodir o Caveirão, caminhão blindado de transporte do pelotão de choque.

Os artefatos, calibre 62 milímetros, foram apreendidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em poder de três traficantes que haviam acabado de receber um carregamento de 550 quilos de cocaína boliviana, avaliados em US$ 3 milhões. O armamento estava estocado em um compartimento secreto da residência.

"A cocaína seria distribuída provavelmente em São Paulo e no Rio", disse ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, durante a instalação do Cidade de Paz - programa de integração de políticas de segurança e ações sociais - em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A PF informou a Tarso que os explosivos seriam entregues ao comando do tráfico nos morros cariocas. "Estamos convencidos de que essas granadas antitanque iriam para enfrentamentos no Rio, contra as Unidades de Pacificação da polícia do Rio", disse o ministro. "Seriam utilizadas para atacar os dispositivos de segurança que estão sendo instalados."

O setor de inteligência da PF analisou o armamento e constatou seu alto poder destrutivo - suficiente para romper a blindagem do carro-forte e atingir seus ocupantes.

A cúpula da PF determinou rigorosa investigação para identificar a origem dos explosivos e como eles foram parar nas mãos do grupo detido em Arujá. Uma pista são dizeres gravados em espanhol nas embalagens. Os federais acreditam que a ofensiva do narcotráfico é sinal de reação às medidas adotadas pela polícia do Rio.

Tarso enalteceu a PF. "Seguramente, onde essa cocaína chegasse iria atingir em cheio nossa juventude." Ele ressaltou que operações como a que levou à apreensão dos explosivos "é apenas uma forma de combate fundamental e necessária".
Fonte: Estadão

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