O capitão da Polícia Militar alagoana Marcelo Ronaldson foi recolhido ao quartel do comando geral da PM em Maceió depois de participar do protesto contra a política salarial do governo estadual, manifestação realizada ontem (quarta, 01) na capital. A prisão do oficial levou lideranças de movimentos sindicais a reagir contra a ordem determinada pelo secretário de Defesa Social, o coronel PM Dário César.
A versão oficial acusa o capitão Marcelo Ronaldson de transgressão e desrespeito à corporação e ao governador Teotônio Vilela Filho com palavras de baixo calão e xingamentos. Apesar disso, representantes de sindicatos e associações unidos no Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais de Alagoas foram até a porta do quartel geral da PM nesta quinta-feira, 02, para prestar solidariedade ao capitão.
Lideranças e membros da CUT, do Sinteal (Educação), do Sindpol (Polícia Civil), do Sindapen (Agentes Penitenciários), das associações que representam os militares, inclusive do Corpo de Bombeiros, protestaram de forma pacífica, manifestação com poucas pessoas presentes. Apesar do pequeno número de manifestantes, o BOPE chegou a ser acionado durante o protesto.
Incoerência
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Célia Capistrano, a atitude de prender o capitão Marcelo Ronaldson foi incoerente, pois ele estava exercendo a cidadania. “O coronel Luciano precisa ter um diálogo direto conosco e não ficar agindo dessa forma”.
Segundo o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), o major Wellington Fragoso, o oficial tem imunidade, pois é diretor da associação. “Simplesmente por exercer o seu direito de se expressar, foi detido. Não aceitamos qualquer punição de militantes. O comandante tem por obrigação conversar com as associações a fim de reverter esta situação”, explicou Fragoso.
Retrocesso
O major Wellington Fragoso completa dizendo que a prisão do capitão Marcelo Ronaldson é um retrocesso e deve ser revogada. “Ele apenas manifestou seu pensamento e isto é um direito que foi instituído pela Constituição Federal”.
Para o sargento Teobaldo Almeida ocorreu a quebra do estado de direito. “O comando está indo na contramão da democracia que hoje é implantada no Governo Federal. A liberdade de expressão deve ser respeitada e o capitão estava somente representando a classe e não deve ser reprimido”, afirmou.
Crise
Os diretores da Assomal, juntamente com o advogado da entidade tentaram conversar com o comandante-geral, mas não foram recebidos por ele. Enquanto aguardavam os representantes da associação que foram conversar com o comando, o gerenciamento de crises interveio e solicitou que os sindicalistas saíssem da porta do quartel.
Por ordem do comandante, o coronel Batinga, o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRAN) fechou a rua, impedindo que os veículos passassem. Alguns sindicalistas afirmaram que o objetivo era impedir que o movimento ganhasse força. Após os policiais do gerenciamento de crises conversarem com Izac Jackson, todos resolveram ir para a Academia da Polícia Militar, onde o capitão Marcelo Ronaldson está preso.
Fonte: Aqui Acontece
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