sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Projeto transforma guarda portuário em policial federal

Medida dá status de servidor federal, sem concurso, a 1.500 funcionários

RIO
O Projeto de Emenda Constitucional 59A/2007, em tramitação na Câmara, promete gerar polêmica com a criação da Guarda Portuária Federal. A proposta, apresentada pelo deputado Márcio França (PSB-SP), transforma 1.500 guardas portuários espalhados pelo País ? alguns funcionários estaduais, municipais ou terceirizados ? em servidores federais, sem necessidade de concurso.

Os melhores salários de guardas portuários hoje são os do Rio, que chegam a R$ 3.500 com benefícios. O secretário da Associação Nacional de Guardas Portuários, Marco Jamil, admite que no futuro o objetivo é a equiparação aos salários dos agentes da Polícia Federal, atualmente em torno de R$ 6 mil no início de carreira. Hoje, porém, a proposta é de status de servidor federal. "Pelo regime da CLT fica muito complicado a gente exercer a função de autoridade."

Na próxima semana, uma caravana de guardas portuários de vários Estados estará na Câmara para pressionar os deputados a aprovarem o projeto. A emenda constitucional, que já foi aprovada pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e em uma comissão especial na Câmara, deixa claro que, independentemente "dos entes a que estiverem vinculados e do regime trabalhista atual", os atuais guardas vão virar servidores federais.

Entre os beneficiados, cerca de 300 são contratados pelos governos estaduais e os demais são servidores municipais ou empregados pela CLT.

Relator do projeto na comissão especial, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) não vê um "trem da alegria". "A bagunça da alegria está hoje. Em qualquer porto não tem fiscalização, não tem nada organizado. A questão do trânsito na área do porto é uma confusão só. Quem deveria fiscalizar o porto é a Polícia Federal, mas não faz. Queremos colocar ordem", diz.

O único voto contrário à proposta foi dado pelo deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). Para ele, a emenda é inconstitucional, pois a criação de cargos "no âmbito do Poder Executivo é de iniciativa privativa do presidente da República".

Outra inconstitucionalidade, alerta o deputado, é a transformação dos atuais guardas portuários vinculados ao regime celetista "em servidores públicos estatutários ou submetidos ao regime jurídico único dos servidores da União". Segundo ele, "a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação em concurso".

Esses pontos não foram debatidos por Faria de Sá nem pelo deputado Valtenir Pereira (PSB-MT), relator da matéria na CCJ. Eles destacaram a necessidade de unificar as guardas atuais. Marco Jamil, primeiro-secretário da Associação Nacional de Guardas Portuários, defende a incorporação dos atuais guardas portuários, com o argumento de que "todos executam os mesmos serviços, o trabalho é exatamente igual".

Jamil ressaltou que, mesmo com a criação da guarda, serão necessárias contratações, pois haveria um déficit de pelo menos o dobro do número atual de trabalhadores do setor.
Fonte: Estadao

Um comentário:

Valdecy Alves disse...

BRASIL, CIDADÃOS E CIDADÃS, BLOGUEIROS...Leiam matéria sobre a ocupação da Câmara Municipal de Tabuleiro do Norte, HOJE, pelos servidores municipais com o seu sindicato. Queriam apenas conversar, tirar projeto de pauta, pois direito de amplia, não se reduz! Matéria completa no blog: www.valdecyalves.blogspot.com

Divulguem, comentem, liguem em solidariedade aos seus amigos servidores, ao sindicato irmão. Hoje são eles na luta, amanhã poderão ser vocês. ARMEMOS REDE DE APOIO. Contatos na matéria no blog:

www.valdecyalves.blogspot.com