quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Fugitivos de Góias são presos em megaoperação

Com eles, a polícia levou para a cadeia oito suspeitos de crimes no Tocantins
Grupo preso em operação da Polícia Civil é composto por fugitivos de Goiás e por acusados de crimes diversos em Uberlândia.

Uma megaoperação da Polícia Civil desencadeada na manhã de ontem, no bairro Tocantins, resultou na prisão de 14 pessoas e na apreensão de um menor. Durante a abordagem houve troca de tiros e um suspeito, identificado como Luiz Pedro de Oliveira, 34 anos, foi morto. Entre os presos, sete deles são foragidos da cadeia de Bom Jesus, em Goiás. O bando foi autuado por formação de quadrilha, porte de arma, posse de drogas e roubo à mão armada. Na operação foram apreendidas duas armas de calibre 38 ? sendo uma delas da Polícia Militar de Goiás, usada no enfrentamento com os policiais civis ? e uma pequena porção de cocaína e crack, além de uma Saveiro roubada. O trabalho da polícia começou com a investigação de um duplo homicídio registrado na terça-feira, também no bairro Tocantins. Um dos foragidos capturados ontem, Gean Fábio Alves de Oliveira Lopes, 29 anos, confessou que executou Michella Patrícia da Silva, 29 anos, e o companheiro dela, Rodrigo Oliveira Lourenço, 26 anos. Gean contou que agiu em companhia do menor, também apreendido ontem. O motivo do crime teria sido ciúmes.

Na sexta-feira, 30, Gean encontrou o casal em um bar e houve um desentendimento por causa de Michella. Na terça-feira, Gean viu o casal no poliesportivo, buscou a arma que estava escondida na casa de Maria das Vitórias (comparsa do bando) e retornou para matar o desafeto. Para a polícia, a autoria destas duas mortes está esclarecida, mas ainda é preciso apurar melhor as causas. "Vamos aprofundar as investigações. Que ele matou o casal a gente não tem dúvida, mas há pontos que precisam ser esclarecidos, como, por exemplo, se no lugar do menor não seria outro envolvido e, ainda, se a versão deles sobre os motivos do crime realmente confere", explicou o delegado de Homicídios Adeuvaldo Ribeiro Neves.

As investigações da polícia revelaram que, no dia 26 do mês passado, os presos reclusos na cadeia de Bom Jesus renderam o guarda, tomaram sua arma e fugiram numa viatura da Polícia Militar daquela cidade. Na fuga, eles trocaram de veículo várias vezes e chegaram a Uberlândia em uma Saveiro branca, com placas de São Paulo, também roubada. Na cidade, o bando contava com o apoio de Maria das Vitórias Soares de Oliveira, também presa ontem. Aqui eles utilizavam um veículo Gol verde, de propriedade da mulher, para dar continuidade às ações criminosas.

As primeiras informações da polícia são de que o bando tinha intenção de se instalar na cidade e aqui desenvolver suas atividades criminosas. De acordo com o delegado-adjunto Gilmar Souza Freitas, os policiais apuraram outro roubo praticado pela quadrilha. "Os acusados roubaram uma Parati, em Monte Alegre de Minas, na data de ontem (anteontem, 2)", disse. Em menos de oito dias depois da fuga em Bom Jesus, o bando já havia praticado outros delitos. Para o delegado César Monteiro Alves, o grupo é bastante perigoso. "Com certeza são criminosos de alta periculosidade e vieram para a cidade com a disposição de praticar diversos crimes", afirmou.

Autuação envolve 5 crimes

Os depoimentos dos acusados se estenderam até o início da noite. Segundo César Monteiro Alves, o bando, com exceção do menor, será autuado por formação de quadrilha, porte ilegal de armas, receptação de veículos roubados, posse de drogas e homicídio. Pelo menos metade dos foragidos já foi condenada na comarca goiana por homicídio, roubos e tráfico de drogas. Os outros respondem pelos mesmos crimes e aguardavam o pronunciamento da sentença. A polícia depende de decisão judicial recambiar os acusados para Bom Jesus, já que os bandidos praticaram outros crimes em Uberlândia. Foram capturados os fugitivos Edvânio Florentino da Silva, 19 anos; Gean Fábio Alves de Oliveira, 29 anos; Sidney da Silva Coelho, 29 anos; Leandro Pereira dos Santos, 24 anos; Lucimar Ribeiro Gonçalves, 33 anos; Rosenilson Alves da Silva, 30 anos; e Welson Firmino Rodrigues de Araújo, 21 anos. Eles respondem ou estão condenados por crimes de furto, roubo, homicídio e tráfico de drogas. Foram presos na operação Maria das Vitórias Soares de Oliveira, 32 anos; Clayton Júnior Gonçalves Vieira, 30 anos; Antônio Pedro Oliveira Neto, 27 anos, Maxuel Fraga Silva, 24 anos; André de Oliveira Silva, 18 anos; Nunes Oliveira Santos, 28 anos; José Jorge de Oliveira Neto, 36 anos; e apreendido um menor de 15 anos.

Mãe reconhece corpo no IML

Familiares de Michella Patrícia da Silva estiveram na manhã de ontem no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo. Ela não havia sido identificada no dia do crime. A mãe da vítima, a dona de casa Maria Luzia Ramos, 52 anos, disse que a filha mantinha um relacionamento com Rodrigo há mais de dois anos. Mas negou que a filha tivesse algum envolvimento com o mundo do crime. Ainda de acordo com Maria Luzia, a filha já foi presa anteriormente, mas não soube precisar os motivos. A dona de casa também não soube informar se o namorado de sua filha tinha algum envolvimento com algum ato delituoso. De acordo com a dona de casa, o dinheiro encontrado nas vestes de Michella tinha sido dado por ela. "Era para ela pagar o aluguel da casa aqui em Uberlândia, para onde ela ia se mudar", contou Maria Luzia, acrescentando que espera que a justiça seja feita e os responsáveis pela morte da filha sejam punidos.

Cadeia estava superlotada

Com pouco mais de 20 mil habitantes, a cidade de Bom Jesus tem uma cadeia pública com capacidade para 14 presos e, no dia da fuga, havia 25 detentos. Para o subtenente da Polícia Militar daquela cidade e diretor da cadeia, Edson Botelho Soares, a superlotação facilitou a fuga dos presos. "A situação no presídio estava muito tensa e eram presos de alta periculosidade", afirmou Edson Botelho. Segundo o subtenente, uma das linhas de investigação aponta que, na verdade, houve um resgate deste bando. Um grupo de pessoas teria forçado a porta da cadeia, rendido o único militar que fazia a segurança e libertado os presos. De acordo com Edson Botelho, os criminosos agiam individualmente, mas na cadeia se uniram para possivelmente arquitetar novos crimes.

Fonte: Jornal O Correio

2 comentários:

Anônimo disse...

estou aqui para parabenizar a operaçao feita pela a policia de minas....sou cidada bonjesuense e venho atraves deste pedir uma segurança maiora para nossa cidade............a cadeia daqui nao tem condiçoes de receber esses marginais de volta, pois a segurança, a estrutura carceraria e pessima.. entao apelo que se haver uma possivel transferencia que seja para um presidio de segurança maxima e que nao devolva-os para nossa sociedade.

Anônimo disse...

Sua cabeça não está Boa não!!!!!