quarta-feira, 10 de março de 2010

Governo de SP faz projeto para aumentar salários da polícia; associação diz que é "esmola"

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou, em nota divulgada na noite desta terça-feira, que vai aumentar o salário dos policiais civis, militares e científicos do Estado. Nesta manhã, a Adpesp (associação dos delegados) deu prazo de dez dias para o governo sancionar um projeto de reestruturação da categoria, ameaçando decretar greve.

Delegados de São Paulo ameaçam entrar em greve

De acordo com a SSP, o aumento será de até 23,82%, caso dos soldados de 2ª classe da PM em cidades com até 200 mil habitantes. Agentes policiais, carcereiros, auxiliares de papiloscopistas e atendentes de necrotério de municípios com até 200 mil habitantes terão os vencimentos elevados em 20,98%.

O governo diz atender duas reivindicações históricas dos policiais: a incorporação integral do Adicional por Local de Exercício (ALE) e a extinção dos menores ALE, que são pagos aos policiais que atuam em cidades com até 200 mil habitantes. O objetivo é corrigir distorções administrativas, como o maior interesse dos funcionários em trabalhar em grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes.

"O maior aumento é para o policial que está mais próximo da população, na ponta da linha, protegendo a sociedade e garantindo a segurança pública", disse o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, na nota.

Para a presidente da Adpesp, Marilda Pansonato Pinheiro, a proposta do governo não representa avanço nas negociações. "Isso aí é esmola, esse projeto foi um acordo feito desde a greve [de 2008 ]. Nós não queremos migalhas, queremos que o projeto de reestruturação seja aprovado integralmente e que a data-base, quando são estabelecidos os reajustes, seja respeitada".

A SSP informou que um projeto de lei que já estava na Assembleia Legislativa foi retirado nesta tarde, reformulado, e segue para votação nesta quarta-feira (10).

De acordo com o governo, a redução de três para dois níveis de ALE custará ao Estado R$ 236,6 milhões por ano --por mês, o projeto de lei implicará em aumento de despesa de R$ 17,7 milhões.

De acordo com a Adpesp, uma assembleia extraordinária que contou com 400 delegados aprovou o estado de mobilização e manteve a assembleia permanente, manobra que possibilita a diretoria da entidade decretar greve a qualquer momento.
Fonte: Folha on line

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