segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Polícia Militar de AL perde cerca de 250 militares por ano

Os recorrentes casos de violência em Alagoas são diretamente acompanhados por relatos queixosos de vítimas que lamentam a ausência de agentes de segurança. Ruas, avenidas, grotas, becos: a violência se alastrou em Alagoas e, agora não há mais hora ou lugar onde a população esteja em segurança. Os assassinatos, assaltos, roubos não são mais exclusividade da madrugada. Eles acontecem à luz do dia, em praças públicas e vias movimentadas. Qualquer cidadão está prestes a se transformar em espectador, vítima ou testemunha de um crime. E onde ele acontece, há o inevitável relato de que a polícia não estava presente. 

Quem anda por Maceió sente falta de mais policiais nas ruas. Diante deste cenário devastador, o secretário de Defesa Social anunciou um concurso para 180 vagas na Polícia Militar. A idéia é reforçar o policiamento e dar à população mais segurança. Entretanto, o número de vagas ofertadas caiu como uma bomba entre associações e sociedade, principalmente porque o próprio secretário afirmou que a corporação tem um déficit anual de 250 homens. O desencontro entre as duas afirmações passa pela falta de capacidade financeira de o Estado contratar mais. Mas mesmo assim, gerou desconforto.

Vagas serão ofertadas para polícias Civil, Militar e Perícia Oficial

O martelo ainda não foi batido, porque será preciso passar pelo aval das secretarias de Gestão Pública (Segesp) e da Fazenda (Sefaz). Mas a idéia da Secretaria de Defesa Social é começar o ano de 2012 com novidades nas polícias Militar, Civil e na Perícia Oficial. O próprio secretário Dário César anunciou o concurso que deve acontecer nos próximos meses. “Estamos todos trabalhando para lançar este concurso até dezembro. Queremos começar o ano de 2012 com esse pessoal na escola de formação, prestes a entrar em operação”, afirmou o secretário.

Serão 180 vagas para a Polícia Militar. Destas, 30 serão para oficiais. A operacionalidade, sob a responsabilidade dos praças, ficará com as 150 vagas restantes. O certame, já autorizado pelo governador Teotonio Vilela Filho, não tem entretanto, data marcada para lançamento de edital. Já o concurso para a Polícia Civil terá 25 vagas para delegado, 50 para escrivães e 150 para agentes de polícia. As vagas para a Perícia Oficial serão destinadas a médicos legistas, peritos criminais, auxiliar de necropsia e papiloscopista.

Entretanto, o próprio secretário Dário César reconhece que o número de vagas ofertadas inicialmente está aquém da necessidade de Alagoas. “Mas é o que o Estado tem condições de absorver neste momento. Isso não quer dizer que não chamaremos mais, até porque o concurso tem validade de dois anos e neste período, certamente teremos condições de aumentar a folha de pagamento. Quem sabe não teremos condições de chamar mais aprovados imediatamente?”, supôs o secretário, explicando que, por causa de uma medida judicial, as vagas ofertadas num concurso, têm de ser imediatamente preenchidas. “Não poderíamos ofertar mais vagas do que as que temos condições de pagar”, disse.

Enquanto se prepara para absorver os mais 180 militares, o Estado também vai vendo como se enquadrar na lei que tramita na Assembléia Legislativa que prevê o aumento obrigatório de efetivo militar para 12 mil homens. Aumentando consideravelmente a atual tropa de 8 mil elementos.

Para Dário César, mesmo os oito mil PMs já deixaria Alagoas numa situação confortável de contingente militar, caso esses homens estivessem, de fato, nas ruas. “O problema é que temos uma tropa envelhecida e empregada em funções administrativas. Temos uma quantidade significativa de homens que trabalham em vigilância patrimonial e em funções que poderiam ser terceirizadas, como em cozinhas e oficinas. Se essas pessoas estivessem nas ruas, fariam diferença”, afirmou, adiantando que a Secretaria já estuda a possibilidade de terceirizar alguns serviços, de forma que possa aumentar o efetivo operacional nas ruas.

Além do desvio das funções de segurança, muitos policiais se afastam do trabalho, segundo afirmou Dário César. “Em 2010, tivemos 2.800 homens fazendo a segurança da Grande Maceió. Neste mesmo período, mais de sete mil dispensas médicas foram concedidas”, comparou.

Fonte: O Jornal Web

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