quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Protógenes não deve mais ser transferido para o Ministério do Esporte

Ele não teria tempo para projeto de segurança da Copa, disse ministro. Delegado responde a processos administrativo na Polícia Federal.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse nesta quarta-feira (23) que o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, não deve mais fazer parte dos quadros do ministério. Silva explicou que fez o pedido de cessão do policial ao Ministério da Justiça no dia 1º de setembro do ano passado e que depois Protógenes se filiou a um partido político e anunciou a decisão de concorrer às eleições em 2010.

“Solicitei em 1º de setembro a cessão do delegado ao Ministério da Justiça. De lá pra cá ele se filiou a um partido político e talvez tenha ficado velho o pedido de cessão. Quem for candidato tem que se desencompatibilizar em abril. Imagino que talvez ele não faça mais parte do ministério por falta de tempo de fazer o trabalho que ele iria fazer aqui”, explicou Silva.

Protógenes havia sido convidado para integrar a futura Secretaria do Futebol, que aguarda aprovação no Congresso Nacional para ser criada. O delegado se filiou recentemente ao PCdoB, mesmo partido do ministro do Esporte, Orlando Silva.

O ministro salientou que conhece o delegado “há muitos anos” e que ele tem “muita capacidade de planejamento”. Segundo ele, não estava nem definida a área que Protógenes atuaria no ministério. “O prazo [considerando o prazo de desincompatibilização, em 3 de abril] está muito curto para cumprir a missão que pretendíamos”, disse Silva.

Mas em entrevista ao G1 na semana que o convite foi divulgado, Protógenes disse que o cargo não atrapalharia a sua candidatura. "O cargo na secretaria não atrapalha a candidatura. Quando chegar a época das eleições pedirei afastamento temporário. Ainda não sou candidato, sou filiado ao PCdoB e o cargo será determinado por pesquisas. Algumas pesquisas me dão como favorito para o Senado. Uma bem recente, encomendada pelo PSB, me mostra como favorito", disse Protógenes.

Ele também disse que deveria ser afastar da secretaria para concorrer às eleições de 2010. Ele afirmou que ainda não é candidato, mas que estuda concorrer ao Senado. Segundo o delegado, pesquisas de intenção de voto o apontam como favorito à casa legislativa por São Paulo.

Satiagraha

O delegado ficou conhecido por liderar a operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o mega-investidor Naji Nahas. Ele responde a processos administrativos na Polícia Federal por supostos abusos cometidos durante a Operação Satiagraha, como grampos feitos sem autorização judicial e vazamento de informações sigilosas.

O Superior Tribunal de Justiça divulgou nesta semana que deferiu liminar em favor do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, paralisando o andamento de duas ações: o processo de suborno em que o banqueiro foi condenado por corrupção e o processo a que Dantas responde por lavagem de dinheiro. Segundo o STJ, a decisão não anula a condenação e nem o bloqueio de dinheiro no exterior. Embora o pedido tenha sido feito pela defesa de Dantas, beneficia todos os outros envolvidos nos processos, de acordo com o STJ.

Tarso Genro

O ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu na semana passada que a PF não iria agilizar o andamento do inquérito a que o delegado Protógenes Queiroz responde para que ele fosse transferido para o Ministério do Esporte. Protógenes depende da investigação para que possa assumir cargo.


“Não há a menor possibilidade de fazermos isso [adiantar a análise da investigação na PF], porque os inquéritos têm um ritmo próprio imposto pela Corregedoria”, disse Tarso. Protógenes responde a processos administrativos na Polícia Federal por supostos abusos cometidos durante a operação Satiagraha, como grampos feitos sem autorização judicial e vazamento de informações sigilosas.


Fonte: G1


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